Viaduto Roza Cabinda, uma das maiores intervenções viárias de Juiz de Fora (MG), é inaugurado por Lula e ministro Renan Filho

O Gestor de frotas

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Ansiedade. Esse é o sentimento que controla a pedagoga e motorista de aplicativo Lydiane Assis Olivato, de 32 anos. O motivo da expectativa é a inauguração do viaduto Roza Cabinda, que põe fim à espera dos motoristas durante a passagem de trens pela ferrovia da Linha Centenária. Com a travessia pronta, agora os veículos seguem por cima da linha férrea, em segurança e sem precisar esperar para cruzar a cidade de Juiz de Fora (MG). “Vai ser incrível! O trânsito vai fluir melhor. Vou conseguir ter mais rapidez nas corridas. Levar mais passageiros e com segurança, sem precisar ficar preocupada com o trem vindo. Parar aqui é perder dinheiro”, avalia a pedagoga.

Para pôr fim a essa demanda dos moradores que trafegam nessa região, o Ministério dos Transportes entregou o viaduto Roza Cabinda nesta sexta-feira (28), junto à presidência da República, em Juiz de Fora (MG). A obra teve investimento compartilhado de aproximadamente R$ 20 milhões, sendo 80% dos recursos do Ministério dos Transportes, aplicados através do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Os 20% restantes vieram do orçamento do município.

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“Eram cerca de 5 minutos de parada no trânsito para passagem de uma composição. Parece pouco, mas isso tem efeito cascata no trânsito. São trens grandes, demoram a passar e representam um risco, muita gente perde a vida nesses entroncamentos. O presidente Lula pediu que intensificasse as obras e não deixasse nada parado. Então, nunca mais. Com o viaduto Roza Cabinda, nunca mais carro e trem vão disputar espaço em Juiz de Fora”, ressaltou o ministro Renan Filho.


A avaliação é compartilhada pelo motorista de ônibus Samuel Fernando da Silva, 28 anos. “A ferrovia atrapalhava muito a logística de ter que esperar o trem passar, atrasava os horários. Agora, com esse auxílio do viaduto, vai adiantar a vida. E causar menos transtorno à população”, declara.

A pista elevada é curta, possui 360 metros de extensão e uma alça de acesso à Avenida Francisco Bernardino. O fluxo do trânsito sobre o viaduto elimina a passagem de nível na Rua Benjamin Constant, proporcionando assim uma rota mais rápida entre a região Leste e o Centro. E ainda retira o impacto da passagem de veículos sobre os trilhos no trecho, evitando acidentes e danos. A ferrovia é importante para a economia mineira. Faz parte da Linha Centenária, que liga a capital Belo Horizonte ao Rio de Janeiro, com 30 trens passando diariamente por Juiz de Fora, escoando a produção de aço da região.

História resgatada

Considerada uma das maiores intervenções viárias na cidade, o viaduto leva o nome de Roza Cabinda, reverenciando uma das primeiras mulheres escravizadas em Juiz de Fora a conquistar sua liberdade amparada pelo Judiciário. Cabinda era escrava do Comendador Henrique Halfeld, tinha direito à liberdade desde a promulgação da Lei Rio Branco, em 1871, mas só obteve sua liberdade após anos de luta. Precisou comprar a alforria em negociação em recurso judicial. Considerada um símbolo de resistência, organizações feministas da cidade oferecem a medalha Roza Cabinda para mulheres que contribuíram para o crescente avanço da região.

A obra também vai facilitar a vida da estudante Camila Santos, 23 anos, que precisa sair muito cedo de casa para chegar na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). “O Roza Cabinda vai ser um presente para o estudante que mora na Zona Leste da cidade. Sempre que estávamos a caminho e víamos o trem, já sabíamos que ia ter atraso. Agora, vamos ficar mais tempo com a família, chegar aos lugares mais rápido”, comemora a estudante.

Em discurso durante o evento, o presidente Lula falou sobre como enxerga os trabalhos realizados na cidade. “Eu não quero apenas governar um país, eu quero cuidar do povo brasileiro. Cuidar é algo mais generoso, muito mais amplo. É fazer como uma mãe, como uma avó. Cuidar de quem está mais vulnerável, de quem precisa mais. Até todo mundo ter uma oportunidade. Obras como essa, aqui em Juiz de Fora, significam isso”, apontou.

Qualidade das rodovias

No mês de maio, o Índice de Condição da Manutenção (ICM) das rodovias de Minas Gerais alcançou a classificação de 51% bom e 18% ruim/péssimo, uma melhora significativa em relação ao ano de 2022, em que o índice bom foi de 42% e o ruim/péssimo estava em 32%. O indicador é calculado mensalmente pelo DNIT a partir de levantamento de campo que avalia buracos na pista, roçado, sinalização e outros aspectos técnicos, buscando classificar cada segmento em quatro categorias: péssimo, ruim, regular ou bom.

“De 2016 até 2023, as rodovias pioraram de ano a ano. E agora voltaram a melhorar. Esse ano, o governo do presidente Lula vai aplicar mais de 1 bilhão para melhorar as rodovias de Minas só este ano. Esses investimentos vão se somar ao que prevemos conseguir com mais seis leilões, que vão gerar R$ 26 bilhões de reais. Serão fundamentais, eles vão melhorar decisivamente a malha mineira, que é um dos estados mais potentes economicamente do país”, declarou o ministro.

Para melhorar ainda mais a qualidade das rodovias mineiras, durante a cerimônia de entrega do viaduto também foram assinadas duas ordens de serviço. Uma delas inclui o reparo do trecho de 107,5 quilômetros da BR-267/MG, que vai do entroncamento com a BR-040/MG, em Juiz de Fora, até o entroncamento com a BR-116/MG, em Leopoldina.

Essa estrada receberá um investimento de aproximadamente R$ 60 milhões, que serão aplicados em serviços de manutenção e conservação, como recuperação do pavimento e da sinalização horizontal, bem como limpeza da pista e dos dispositivos de drenagem por um período de dois anos.

A outra ordem de serviço autoriza obras de conservação e recuperação de dois trechos: um na BR-267/MG (km 118,3 e km 213,2) e outro na BR-499/MG (km 0 ao km 4,9). O investimento aproximado é de R$ 28,8 milhões, que serão aplicados em melhorias ao longo de dois anos.

A BR-267 possui quase 2 mil quilômetros de extensão e corta os estados de Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso do Sul. A rodovia começa no município mineiro de Leopoldina e prossegue até a fronteira do Brasil com o Paraguai, em Porto Murtinho (MS).

“Com o Novo PAC temos muita capacidade de investimento. Ainda vamos duplicar 164 quilômetros da BR-040, e construir 58 quilômetros de faixa adicional”, enumerou o Renan Filho ao destacar mais um viaduto previsto para Juiz de Fora, com investimento de R$ 16 milhões.

Além do presidente Lula e do ministro dos Transportes, Renan Filho, estiveram presentes no evento o ministro da Educação, Camilo Santana, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, o diretor-geral do DNIT em exercício, Carlos Barros, e a prefeita da cidade de Juiz de Fora, Margarida Salomão.

Assessoria Especial de Comunicação
Ministério dos Transportes

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